Frase do Dia

"O silêncio também fala, fala e muito! O silêncio pode falar mesmo quando as palavras falham." Osho


"O silêncio é tão rico de palavras que ensinam os teus ouvidos a ouvirem teus segredos." William Senna

sábado, 25 de dezembro de 2010

O que é a LIBRAS?

"A Língua de Sinais é, nas mãos de seus mestres, uma linguagem das mais belas e expressivas, para a qual, no contato entre si é como um meio de alcançar de forma fácil e rápida a mente do surdo, nem a natureza nem a arte proporcionaram um substituto satisfatório.”         J. Schuyler Long
                                                                                                                                

           A LIBRAS é a sigla da Língua Brasileira de Sinais, língua oficial da comunidade surda brasileira, reconhecida pela lei 10.436 de 24 de abril de 2002 e regulamentada pelo decreto 5626 de 22 de dezembro de 2005. A LIBRAS tem origem na LSF (Língua de Sinais Francesca) e foi sendo modificada com o tempo através da influência da cultura nacional.
           As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas e possuem o status de língua, porque possuem estrutura gramatical própria nos níveis lingüísticos: fonológico, morfológico, sintático e semântico. O que é denominado de palavra ou item lexical nas línguas orais-auditivas, são denominados sinais nas línguas de sinais. Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um determinado formato em um determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. Estas articulações das mãos, que podem ser comparadas aos fonemas e as vezes aos morfemas, são chamadas de parâmetros.
          As línguas de sinais diferenciam-se das línguas orais por sua modalidade gestual-visual, que utiliza como canal ou meio de comunicação movimento gestual que são percebidos pela visão. Já a língua oral-auditiva utiliza como canal ou meio de comunicação sons articulados que são percebidos pelos ouvidos.
           Conforme FELIPE (2001), pesquisas sobre as línguas de sinais vêm mostrando que estas línguas são comparáveis em complexidade e expressividade a quaisquer línguas orais. Estas línguas expressam idéias sutis, complexas e abstratas. Os seus usuários podem discutir filosofia, literatura ou política, além de esportes, trabalho, moda e utilizá-la com função estética para fazer poesias, contar estórias, criar peças de teatro e humor.
          As línguas de sinais não são universais, existem várias línguas de sinais no mundo assim como as línguas orais. Essas línguas são diferentes umas das outras, e diferem das línguas orais de seus países. Por exemplo: Brasil e Portugal têm mesma língua: a Língua Portuguesa, enquanto as Línguas de Sinais destes países são diferentes. Igualmente acontece com os EUA e a Inglaterra. Também há casos de dois países usarem a mesma Língua de Sinais, por exemplo, os EUA e o Canadá, usam a ASL (American Sign Language).  Nas línguas de sinais existe também o regionalismo assim como ocorre nas línguas orais.
            Os usuários surdos das línguas de sinais comunicam-se com facilidades com usuários surdos de outros países, caso que não ocorre com os usuários das línguas orais. Isso acontece por causa das línguas de sinais serem icônica, que assemelham a objetos e também devido a capacidade de seus usuários utilizarem gestos e pantomimas na comunicação com expressões faciais e corporais.
           Ainda conforme FELIPE (2001), uma semelhança entre as línguas é que os usuários de qualquer língua podem expressar seus pensamentos diferentemente, por isso uma pessoa que fala uma determinada língua utiliza essa língua de acordo com o contexto, portanto o modo de se fala com um amigo não é igual ao de se falar com uma pessoa estranha, assim, quando se aprende uma língua, está aprendendo também a utilizá-la a partir do contexto. Outra semelhança também é que todas as línguas possuem diferenças quanto ao seu uso em relação á região, ao grupo social, a faixa etária e ao gênero. O ensino oficial de uma língua sempre trabalha com a norma culta, norma padrão, que é utilizada na forma escrita e falada e sempre toma alguma região e um grupo social como padrão.

Referência Bibliográfica:
FELIPE, Tanya A., MONTEIRO, Myrna S. LIBRAS em contexto: curso básico, livro do professor instrutor. Programa Nacional de Apoio à Educação dos Surdos, Brasília: MEC, SEEP, 2001.


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